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Vinte anos após morte, artista permanece símbolo de representatividade e conquista de direitos

turmasetehoras

Updated: Jan 12, 2022

Para além do estilo musical eclético, a cantora promoveu grandes impactos para a comunidade LGBTQIA+


Por Matheus Domingues

Foto: reprodução/TV Brasil


A Jurista, musicista e poeta Beatriz Helena do Amaral, em entrevista ao Universa Uol, em agosto deste ano, afirmou que nunca houve e nem haverá ninguém como a Cantora Cássia Eller - falecida há mais de 20 anos após sofrer três paradas cardíacas.


- Se ela estivesse aqui continuaria a nos surpreender porque isso é da natureza de uma artista como ela - disse.


É possível discordar com o que defende a jurista, mas apenas quando diz “se ela estivesse aqui”, mesmo não estando, a trajetória da artista permanece como símbolo de representatividade até mesmo para gerações que não vivenciaram a carreira dela. Isso porque Cássia era o tipo de pessoa vivia de forma espontânea, sem se limitar pelos julgamentos sociais. É o que afirma a cantora e atriz Tacy de Campos, que interpretou Eller nos teatros, no “Cássia Eller, O Musical”, que, estreado em 2014, percorreu mais de 27 cidades brasileiras e foi assistido por mais de 350 mil expectadores. - Sem levantar nenhuma bandeira, Cássia foi uma militante simplesmente pelo fato de viver a vida como ela gostaria de viver. Foi Livre. Ela é uma figura muito espontânea e essa liberdade, essa espontaneidade dela a tornaram essa figura tão icônica e representativa. Com certeza ela é um símbolo de representatividade. E mais do que da representatividade LGBTQIA+, acho que é um símbolo de liberdade. De ser livre - ressaltou. Mulher lésbica, a estudante de psicologia, Isabela Araújo, que tinha apenas 3 anos quando Cássia faleceu, conta que a artista foi muito importante para a auto compreensão e aceitação em torno da sexualidade dela. Foi por meio da figura da cantora que a futura psicóloga pôde compreender que ser diferente do dito “normal” não era um problema.


- Desde pequena, eu sempre e vi muito Cássia Eller na minha casa. Minha mãe e meu tio eram muito fãs. Eu olhava para ela e, no primeiro momento, claro, eu questionava o fato dela não ser tão feminina como as outras mulheres, mas depois e, principalmente quando eu fui me entendendo, eu a vi não só com mais “normalidade”, mas com admiração. Ela é uma referência para mim - disse a estudante. Cássia era uma cantora que fugia aos padrões heteronormativos. Podemos dizer que ela ultrapassava os limites da performatividade de gênero – expressão cunhada pela filosofa norte americana Judith Butler que faz referência aos padrões construídos socialmente para os modos de agir e de se expressar dos gêneros. A artista, por vezes, expressava-se e agia além do que é esperado socialmente para uma mulher, rompia com os padrões da feminilidade. - Ela provocou muitos pensamentos, muitos discursos e muitas reflexões. É uma utilidade que vai além da música. De repente aquela mulher, que era chamada de ‘macho’, que coçava o saco e mostrava os peitos, aparece grávida. Isso mexeu com a cabeça das pessoas e induziu reflexões - relembra Zélia Duncan, em um trecho do documentário “Cássia”, lançado em 2014.


É possível discordar com o que defende a jurista, mas apenas quando diz “se ela estivesse aqui”, mesmo não estando, a trajetória da artista permanece como símbolo de representatividade até mesmo para gerações que não vivenciaram a carreira dela. Isso porque Cássia era o tipo de pessoa vivia de forma espontânea, sem se limitar pelos julgamentos sociais. É o que afirma a cantora e atriz Tacy de Campos, que interpretou E nos teatros, no “Cássia Eller, O Musical”, que, estreado em 2014, percorreu mais de 27 cidades brasileiras e foi assistido por mais de 350 mil expectadores. - Sem levantar nenhuma bandeira, Cássia foi uma militante simplesmente pelo fato de viver a vida como ela gostaria de viver. Foi Livre. Ela é uma figura muito espontânea e essa liberdade, essa espontaneidade dela a tornaram essa figura tão icônica e representativa. Com certeza ela é um símbolo de representatividade. E mais do que da representatividade LGBTQIA+, acho que é um símbolo de liberdade. De ser livre ressaltou. Mulher lésbica, a estudante de psicologia, Isabela Araújo, que tinha apenas 3 anos quando Cássia faleceu, conta que a artista foi muito importante para a auto compreensão e aceitação em torno da sexualidade dela. Foi por meio da figura da cantora que a futura psicóloga pôde compreender que ser diferente do dito “normal” não era um problema.ma vez que o a decisão foi tomada por meio da aplicação do princípio do melhor interesse do menor e não pelo reconhecimento da filiação socioafetiva, que estava em vigor desde 1992. "Eu só homologuei o desejo das partes. No entanto, podemos dizer que abre um precedente simbólico em casos do tipo", afirmou o juiz na ocasião.

Esta disputa judicial, no entanto, foi muito importante para agenda da população LGBTQIA+, porque deixou evidente para todos que a legislação do nosso país deveria mudar de forma a garantir que todas as formas famílias tivessem os direitos garantidos. Inúmeras foram as manchetes e debates em torno do assunto. Foi em 2011, 10 anos após a vitória da esposa e do filho de Cássia, que a união estável de pessoas do mesmo sexo foi reconhecida pelo STF. Em termos jurídicos, passaram a ser contempladas com os mesmos direitos que os das relações heteroafetivas, inclusive a guarda de um filho.

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