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Futebol para relaxar: artista gostava de bater uma bola antes de subir aos palcos

turmasetehoras

Updated: Jan 12, 2022

Por Fernanda Vidon e Pedro Machado


Torcedora fanática do Atlético-MG, Cássia Eller gostava mesmo era de jogar uma "pelada" para relaxar antes dos shows. Segundo o músico e produtor da cantora, Rodrigo Garcia, o local era o que menos importava quando a carioca mais mineira que o Brasil já viu decidia colocar em prática o seu talento com a bola no pé. Do palco do Canecão, no Rio de Janeiro, ao estacionamento do Palace, em São Paulo, a artista protagonizou diversas disputas com os integrantes da banda.


De acordo com Garcia, Cássia possuía um apreço pelo setor defensivo, atuando sempre no gol ou na zaga. Para ele, a cantora "jogava duro, entrava para valer e não desistia de nenhuma bola". Mas apesar da alta competitividade nos campos improvisados, as partidas demonstravam outra característica marcante na personalidade de Cássia: a integração com o grupo. Ao relembrar os momentos de diversão com a cantora, Garcia destacou o jeito único para lidar com a banda.


- Em toda a minha vida eu nunca conheci um artista principal, dono do trabalho, que ficasse tão próximo da galera como a Cássia. Isso foi uma coisa que a gente nem sabia que estava vivendo na época, mas fez parte de uma grande harmonia que a gente conseguia passar no palco e na música, com toda certeza - afirmou Garcia.


PAIXÃO PELO FUTEBOL DE BOTÃO


Quem também elogiou a cantora foi o guitarrista Walter Villaça, que fez parte da banda por sete anos.


- A Cássia era apaixonada por futebol de campo e de botão, mas nunca a vi brigar em um jogo. Ela era totalmente da paz. Uma mulher forte, sorridente, de uma generosidade incrível, além de ser uma amiga única e especial. Como ela gostava de jogar na zaga, era um pouco bruta, o que é normal, né? No geral, as mulheres jogavam melhores que os homens - contou Waltinho.


A paixão de Cássia pelo futebol e, sobretudo pelo Atlético-MG, começou ainda na infância, após a mudança da família do Rio de Janeiro para Belo Horizonte quando ela tinha nove anos. Sob influência dos tios por parte de mãe e na companhia das irmãs, a cantora, que na época ainda era uma garotinha, foi levada ao Estádio Mineirão para acompanhar de perto os jogos do Galo. E não demorou muito para que o amor pelo clube se tornasse indispensável.


Apesar de estar no auge da carreira com a agenda lotada de shows pelo Brasil, Cássia assistia às partidas do time junto dos integrantes da banda em sua casa sempre que possível. Segundo Adriana Branco, diretora de comunicação do Atlético-MG entre 2001 e 2006 e atual secretária de comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte, a cantora fazia questão de manifestar a paixão pelo clube em todas as oportunidades que tinha.


O amor seria reconhecido e eternizado com o "Galo de Prata", honraria máxima concedida aos atleticanos ilustres, após o convite de Adriana para Cássia pelo telefone, em 2001. A cantora seria a primeira pessoa a receber a homenagem depois do técnico Telê Santana, responsável pelo primeiro Campeonato Brasileiro conquistado pelo clube - até então, o título mais importante na sala de troféus do time de Minas.


Na época, o grande desafio era conciliar a agenda da cantora com os jogos, que costumavam acontecer, ambos, aos finais de semana. Com a morte de Cássia em dezembro daquele ano, a homenagem precisou ser adiada até março de 2002. Em uma festa emocionante no Mineirão, a mãe da artista, Nancy Eller, protagonizou cenas inesquecíveis ao receber o que se tornou a primeira honraria póstuma na história do clube.


Passados 20 anos após o adeus de Cássia, a torcida do Atlético-MG ainda encontra formas de homenagear uma das principais vozes da música brasileira. É o que conta Marcelo Trippa, presidente da torcida organizada "Galo Metal", fundada em 1995, que no ano passado fez uma bandeira com uma foto da cantora vestindo o uniforme do Galo em um dos shows que realizou ao longo da carreira.


- A gente já queria ter tido um encontro com a Cássia antes dela falecer. Nossa intenção era encontrar com ela e presenteá-la com uma camisa da Galo Metal personalizada, já estava tudo programado mas infelizmente não rolou. No ano passado, fizemos um grupo no Whatsapp com a galera que gosta de rock e decidimos fazer a bandeira. Depois de pronto, nós apresentamos para o Chicão (filho da Cássia), ele gostou muito, foi bem emocionante - relatou Marcelo.


MOMENTO DE GALA


Se Cássia estivesse viva, fato é que estaria muito feliz! O Atlético-MG sagrou-se campeão do Brasileirão 2021 de forma incontestável, após 50 anos do primeiro título do campeonato nacional. Além da conquista com duas rodadas de antecedência para o fim da competição, o time mineiro terminou a disputa com 84 pontos - 13 a frente do vice-campeão, Flamengo.


A boa fase do Galo contou com o protagonismo do atacante Hulk, contratado em janeiro deste ano após uma passagem de quatro temporadas pelo futebol chinês. Em seu retorno ao futebol nacional, o atacante foi o artilheiro da competição, com 19 gols marcados. O Atlético-MG ainda tem a chance de conquistar mais um título, já que disputa a final da Copa do Brasil nos dias 12 e 15 de dezembro, diante do Athletico-PR.




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